O primeiro texto de 2017... Não diferente de todos os outros que aqui estão, esse chega para causar aquele bom e velho desconforto por nos fazer refletir sobre um assunto muito falado e pouco praticado: A INCLUSÃO.
Confesso a vocês que estou tendo a real noção do tamanho do buraco que resolvi pular e me aventurar, só agora que comecei a desenvolver palestras sobre o tema. Tema onde você tem que ter o feeling apurado para poder atrair a plateia, pois é um tema complexo e que as vezes abre feridas que pareciam estar cicatrizadas.
Certo dia ao conversar com uma amiga para entender o baixo interesse do público em participar da palestra, ela me disse que o interesse sobre falar sobre Inclusão era muito maior para pessoas que trabalham nesse meio, ou que tem algum propósito em cima dele.
Isso me deixou ainda mais inquieta e determinada a descobrir caminhos para sensibilizar as pessoas. Fugir daquilo que acredito ser meu destino está fora dos planos, então só me resta ir cada vez mais a fundo e aumentar o tamanho do buraco cada dia mais.
Ontem consegui finalmente assistir ao filme brasileiro "O Filho Eterno", filme que traz muito a tona o tema de inclusão em vários aspectos. Um filme que se passa em 21 de Junho de 1982 e traz a história de pais que tem um filho com Síndrome de Down e precisam aprender juntos a como lídar com essa situação.
Alguns pontos me chamaram a atenção e me fizeram fazer um paralelo com a minha história de vida, conhecida por muitos de vocês que acompanham meus passos. Assim como eu o pequeno Fabricio nasceu em uma época onde não havia na medicina grandes tecnologias e tratamentos para as pessoas que nasciam com alguma deficiência.
Fabricio nasceu em 21 de Junho de 1982, eu nasci em 16 de Junho de 1984. Ele nasceu com Síndrome de Down (na época os médicos davam o diagnóstico de mongolismo), eu nasci com hidrocefalia (quando nasci o fisiatra disse aos meus pais que eu não iria andar e muito menos falar).
Se eu for citar aqui todos os pontos em comum entre eu e a história do garoto, esse texto nunca terá fim. E na verdade esse é o barato de se falar de Inclusão, um tema que nunca terá fim pois cada um tem o seu ponte de vista que NUNCA terá CERTO ou ERRADO.
Fato é que depois de ter assistido ao filme, tive a certeza de que o MEDO faz com que as pessoas se esquivem de ter que falar sobre um assunto que causa desconforto, pois infelizmente fomos todos gerados e criados dentro de uma SOCIEDADE que tem como principal foco criar um PADRÃO para todas as coisas..
Tenho esse grande desafio de quebrar essa barreira: SOCIEDADE X INCLUSÃO. O bacana nesse desafio é que entre uma palestra e outra já percebi que palestras 100% interativas, onde tenho a oportunidade de trocar com a plateia, tornam essa missão mais tranquila.. As pessoas perdem o medo e se desarmam sem perceber.
O melhor de tudo é descobrir que tenho um leque vasto de temas que trazem a tona o propósito de INCLUIR e de PERTENCER a um grupo..
Faço o convite para assistirem ao filme: "O Filho Eterno". É .só acessar o link abaixo:
Encerro o texto deixando aqui um recado a todos vocês:
Falar de Inclusão não é tarefa fácil, fazer a Inclusão também não é.. Apenas reflita sobre seus atos e ações e se pergunte: Eu realmente sei o que significa a palavra INCLUSÃO?
Muitas vezes ficamos com a ilusão de que INCLUSÃO está ligada a Pessoa com Deficiência, e na verdade ela se associa a todas aquelas pessoas que são rotuladas como FORA DO PADRÃO.