quinta-feira, 25 de agosto de 2011

IMPOTÊNCIA

Há certos momentos em minha vida em que a palavra impotência se faz presente. Para ser sincera nem sei qual o significado correto dessa palavra, só sei que me remete ao fracasso, ao não poder exercer certa função sem cometer falhas, a não poder fazer coisas simples sem necessitar da ajuda do outro.
Para muitos de vocês que lêem esse texto agora, pode parecer algo banal, sem nenhum fundamento, mas mais uma vez me atrevo a dizer que só quem passa por determinadas situações é capaz de saber o quão grande é a dor de querer fazer certas coisas e não poder pois as limitações não querem deixar.
Quando uma criança pequena cai sem mais nem menos, a primeira coisa que nós adultos fazemos é dizer: "Levanta, não foi nada". Mas jamais paramos para pensar nos sentimentos daquela criança, que tentou se virar sozinha e por um descuido fracassou.
Já fiz parte dessa cena inumeras vezes, de cair porque tentei me virar sozinha, mas por ter limitações relacionadas ao equilibrio, acabei caindo. A diferença é que já não sou mais criança, e além da dor, me vem o sentimento de impotência, pois tenho a sensação de que para certas coisas sempre precisarei do auxílio de um adulto.
Queria muito poder um dia, fazer determinadas atividades sem ter a necessidade de esperar que alguém me auxilie, como caminhar na areia fofa, andar por caminhos irregulares, ir aos restaurantes e ter o prazer de me servir sozinha mesmo que eles não tenham bancadas para apoiar os pratos.
Não estou desmerecendo o auxílio, a ajuda das pessoas que sempre estão comigo, o que me refiro é ao sentimento de impotência que sinto quando o outro presencia alguma "falha" minha. O olhar do outro me machuca, me destrói, pois é um olhar de julgamento, como quem diz: "Caiu porque é deficiente". Muitos de vocês podem dizer que não é bem assim, mas como disse anteriormente, só quem vivencia é que pode medir o quão maldoso pode ser o olhar do outro, pois grande parte da sociedade infelizmente não está preparada para a inclusão social.

UMA RELAÇÃO ESPECIAL: LIÇÕES E HISTÓRIAS DE SUPERAÇÃO DOS PAULISTANOS QUE TÊM FILHOS COM DEFICIÊNCIA

MEU FILHO, MEU HERÓI: AS EXPERIÊNCIAS DOS PAULISTANOS QUE SÃO PAIS DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA

Por volta das 9 da manhã do dia 29 de novembro de 2004, o desenhista Flávio Soares chegou ao hospital e maternidade Modelo Tamandaré, na Liberdade, para aguardar o nascimento do seu primeiro filho, Logan. Cerca de cinco horas depois, viveria um dos momentos mais desesperadores da sua vida ao ser chamado a um canto do corredor por uma pediatra para receber a notícia de que a criança tinha Síndrome de Down. "Foi, possivelmente, a única vez em que perdi totalmente o controle do meu corpo, tremi da cabeça aos pés e chorei muito", lembra. Àquela altura, não fazia a menor idéia do que era a doença e sentia um medo enorme do futuro. Essa sensação foi esquecida a muito tempo. "Chega uma hora em que os problemas ficam em segundo plano e você se concentra nas necessidades da criança e no potencial que ela pode desenvolver", diz Soares.
Essa é uma história recorrente entre as centenas de homens e mulheres que têm filhos com deficiência em São Paulo. O drama inicial é substituído, aos poucos, pela constatação de que alguns obstáculos e dificuldades são bem menores do que os pais haviam imaginado a princípio. "Eles percorrem o que chamamos de 'cinco fases do luto': negação, raiva, negociação, depressão e aceitação", explica a psicóloga Iracema Madaleno, da Associação de Assistência à Criança Deficiente. "O tempo necessário para atingir o fim desse ciclo varia de pessoa para pessoa, mas todos acabam chegando lá."
São pais que orientam, apoiam e vibram com as conquistas de seus rebentos. "Não vejo meus garotos como deficientes, eles são iguais aos outros, o tratamento é o mesmo", palavras de Luis Fernando, pai de um  casal de gêmeos de 7 anos: Juliana, que tem má-formação da coluna, e Fernando, com paralisia cerebral.
Apesar das dificuldades, os pequenos, muitas vezes, acabam se tornando guias de seus pais.

*Texto extraído da Revista Veja de 17 de agosto de 2011.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A MAIS PURA VERDADE

Trabalhar com pessoas com deficiência, é sem dúvida algo muito especial. Quando se tem a oportunidade de trabalhar com elas você muda o seu jeito de ser, pois:

você não julga, você aprende.

você não grita, você escuta.

você não compara, você se iguala.


Isso me traz a certeza de que a frase a seguir faz todo o sentido:

"SER DIFERENTE É NORMAL"