Há certos momentos em minha vida em que a palavra impotência se faz presente. Para ser sincera nem sei qual o significado correto dessa palavra, só sei que me remete ao fracasso, ao não poder exercer certa função sem cometer falhas, a não poder fazer coisas simples sem necessitar da ajuda do outro.
Para muitos de vocês que lêem esse texto agora, pode parecer algo banal, sem nenhum fundamento, mas mais uma vez me atrevo a dizer que só quem passa por determinadas situações é capaz de saber o quão grande é a dor de querer fazer certas coisas e não poder pois as limitações não querem deixar.
Quando uma criança pequena cai sem mais nem menos, a primeira coisa que nós adultos fazemos é dizer: "Levanta, não foi nada". Mas jamais paramos para pensar nos sentimentos daquela criança, que tentou se virar sozinha e por um descuido fracassou.
Já fiz parte dessa cena inumeras vezes, de cair porque tentei me virar sozinha, mas por ter limitações relacionadas ao equilibrio, acabei caindo. A diferença é que já não sou mais criança, e além da dor, me vem o sentimento de impotência, pois tenho a sensação de que para certas coisas sempre precisarei do auxílio de um adulto.
Queria muito poder um dia, fazer determinadas atividades sem ter a necessidade de esperar que alguém me auxilie, como caminhar na areia fofa, andar por caminhos irregulares, ir aos restaurantes e ter o prazer de me servir sozinha mesmo que eles não tenham bancadas para apoiar os pratos.
Não estou desmerecendo o auxílio, a ajuda das pessoas que sempre estão comigo, o que me refiro é ao sentimento de impotência que sinto quando o outro presencia alguma "falha" minha. O olhar do outro me machuca, me destrói, pois é um olhar de julgamento, como quem diz: "Caiu porque é deficiente". Muitos de vocês podem dizer que não é bem assim, mas como disse anteriormente, só quem vivencia é que pode medir o quão maldoso pode ser o olhar do outro, pois grande parte da sociedade infelizmente não está preparada para a inclusão social.
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