quinta-feira, 25 de agosto de 2011

UMA RELAÇÃO ESPECIAL: LIÇÕES E HISTÓRIAS DE SUPERAÇÃO DOS PAULISTANOS QUE TÊM FILHOS COM DEFICIÊNCIA

MEU FILHO, MEU HERÓI: AS EXPERIÊNCIAS DOS PAULISTANOS QUE SÃO PAIS DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA

Por volta das 9 da manhã do dia 29 de novembro de 2004, o desenhista Flávio Soares chegou ao hospital e maternidade Modelo Tamandaré, na Liberdade, para aguardar o nascimento do seu primeiro filho, Logan. Cerca de cinco horas depois, viveria um dos momentos mais desesperadores da sua vida ao ser chamado a um canto do corredor por uma pediatra para receber a notícia de que a criança tinha Síndrome de Down. "Foi, possivelmente, a única vez em que perdi totalmente o controle do meu corpo, tremi da cabeça aos pés e chorei muito", lembra. Àquela altura, não fazia a menor idéia do que era a doença e sentia um medo enorme do futuro. Essa sensação foi esquecida a muito tempo. "Chega uma hora em que os problemas ficam em segundo plano e você se concentra nas necessidades da criança e no potencial que ela pode desenvolver", diz Soares.
Essa é uma história recorrente entre as centenas de homens e mulheres que têm filhos com deficiência em São Paulo. O drama inicial é substituído, aos poucos, pela constatação de que alguns obstáculos e dificuldades são bem menores do que os pais haviam imaginado a princípio. "Eles percorrem o que chamamos de 'cinco fases do luto': negação, raiva, negociação, depressão e aceitação", explica a psicóloga Iracema Madaleno, da Associação de Assistência à Criança Deficiente. "O tempo necessário para atingir o fim desse ciclo varia de pessoa para pessoa, mas todos acabam chegando lá."
São pais que orientam, apoiam e vibram com as conquistas de seus rebentos. "Não vejo meus garotos como deficientes, eles são iguais aos outros, o tratamento é o mesmo", palavras de Luis Fernando, pai de um  casal de gêmeos de 7 anos: Juliana, que tem má-formação da coluna, e Fernando, com paralisia cerebral.
Apesar das dificuldades, os pequenos, muitas vezes, acabam se tornando guias de seus pais.

*Texto extraído da Revista Veja de 17 de agosto de 2011.

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