domingo, 27 de setembro de 2015

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: SERÁ QUE ELA EXISTE?




Para ilustrar esse texto vou deixar um convite a todos vocês para assistirem ao filme: "Como Estrelas na Terra, Toda Criança é Especial".
Um dos assuntos mais discutidos quando se fala na Inclusão Social, é a questão da Educação Inclusiva. Um tema que se fizermos uma roda de discussão entre várias pessoas, vai ser assunto de longas horas.
Eu vou ser direta, e vou dizer que só aceito falar desse assunto com quem sabe ouvir e respeitar a opinião do próximo, afinal ninguém aqui é dono da verdade. 
Falo de peito aberto que a Educação Inclusiva aqui no Brasil é o meu sonho de consumo. Sim, sonho de consumo pois não vejo isso acontecer de forma clara e como realmente deve ser. Sei que muitas pessoas que me conhecem vão dizer: Ah, mas você estudou em escola de regime regular. Mas existem dois fatores importantes nessa história toda: primeiro que a minha deficiência deixou sequelas pouco aparentes, então a escola tinha de ter SÓ a boa vontade de me avaliar e ver se eles poderiam me atender.. Quanto a isso não tive muitos problemas.. O segundo fator é fazer com que os professores soubessem lidar com a questão do preconceito, e fazer com que eu não fosse excluída pelos outros alunos.
Essa é a pior parte, fazer todo um trabalho com os alunos, para que eles entendam que aquele amigo que tem uma deficiência, é uma criança normal. Isso envolve um trabalho em conjunto entre o professor e o psicólogo da escola, quando a escola tem um.
Mas como já falei, embora tenha esses dois fatores cruciais, fazer Educação Inclusiva com pessoas com caso semelhante ao meu, é relativamente fácil.. Agora, e com outras deficiências, será que acontece da mesma maneira? Vou dizer sem titubear que não. 
E aí vem a pergunta: Nesses casos de quem é a culpa? Existe um culpado? É da escola que não prepara seus professores e não tem a estrutura adequada? É do professor que sabe que a estrutura não é adequada e se acomoda, para se livrar de qualquer culpa que possa existir? É dos pais que insistem em matricular seus filhos em escola de regime regular, por acharem que ele tem condições de estudar nessa escola?
O filme acima conta a história de um garoto que sofre de DISLEXIA: perturbação na aprendizagem da leitura pela dificuldade no reconhecimento da correspondência entre os símbolos gráficos e os fonemas, bem como na transformação de signos escritos em signos verbais. Os pais e nem seus professores se preocuparam com a sua dificuldade, e sempre achavam que o menino fazia corpo mole e estava fazendo graça. Até que quando estava em um colégio interno, pois seu pai havia tomado essa decisão, ele foi acolhido por um professor que soube observar as suas dificuldades e como trabalhar a favor da sua real dificuldade de aprendizado: a dislexia.
Vendo esse filme, e fazendo um trabalho diário com pessoas que tem Deficiência Intelectual, entendo que não se deve generalizar, pois cada caso é um caso. Cada um tem seu tempo, cada um tem a sua limitação. E se você me perguntar se HOJE é possível inserir uma pessoa com deficiência dentro de uma escola com regime norma, independente da deficiência, a resposta ainda é a mesma: Não.
E não vou apontar culpados, pelo simples fato de acreditar que hoje nessa questão de INCLUSÃO SOCIAL, há muita gente com boa vontade, mas de boa vontade o Brasil está cheio. Hoje precisa-se de pessoas que queiram arregaçar as mangas e colocar a mão na massa, que se sintam incomodadas com o que temos hoje. E isso infelizmente está em falta. Vou mais além, e essa é para pais que tem um filho com deficiência intelectual refletirem: NUNCA deixe NINGUÉM dizer que seu filho é INCAPAZ. A INCAPACIDADE só existe para aquelas pessoas acomodadas, que julgam sem conhecer. Seu filho tem a capacidade mais bonita que pessoas ditas normais não tem: CAPACIDADE DE AMAR. E ele é capaz de fazer muitas outras coisas se for estimulado, se tiver alguém que saiba ouvi-lo e que entenda as suas necessidades.
Assim como todo tema que envolve a Inclusão Social, esse tema EDUCAÇÃO INCLUSIVA nos dá abertura para boas discussões sadias. Só nos resta saber que se quem fará parte dessa roda de discussão está disposto a ouvir e respeitar a opinião do outro.

"Do que eu sou a favor? Sou a favor de que as pessoas prestem mais atenção para tudo aquilo que está diante dos seus olhos. Julgar e apontar o dedo é fácil, mas tomar atitude para mudar o que se vê é algo bem complexo."



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