Quando vieram contra os negros, eu não era negro e não fiz nada.
Quando vieram contra os favelados, eu não era favelado, não fiz nada.
Quando vieram contra os homossexuais, eu não era homossexual e não fiz nada.
Quando vieram contra as mulheres, eu não era mulher e não fiz nada.
Quando vieram contra os desdentados, eu não era desdentado e não fiz nada.
Quando vieram contra os analfabetos, eu não era analfabeto, não fiz nada.
Quando vieram contra os pobres, eu não era pobre e não fiz nada.
Quando vieram contra os cegos, eu não era cego, não fiz nada.
Quando vieram contra os aleijados, eu não era aleijado e não fiz nada.
Quando vieram contra os outros, o assunto não me dizia respeito e não fiz nada.
Quando vieram contra mim, ninguém me defendeu.
Quem não é vitima de discriminação e abuso sempre pensará que o sofrimento do outro não é grande coisa, que é exagero.
Alguns acham que discriminação nem existe, que não existe discriminação contra negros, contra mulheres, contra homossexuais, aleijados, favelados, pobres.
Assim seguimos e fazemos todos os dias, desprezamos ou diminuímos o sofrimento alheio. Não dando atenção à dor do outro nos condenamos a sofrermos em silêncio, a sofrermos sozinhos a nossa própria dor. O preconceito só existe porque o silêncio favorece os opressores. Quem, acovardado, se omite, concorda com o abuso. Quem concorda com o abuso, será abusado ouvindo o silêncio cúmplice dos outros. E tudo parece muito normal, tão normal quanto sofrido e solitário.
Quando vieram contra os favelados, eu não era favelado, não fiz nada.
Quando vieram contra os homossexuais, eu não era homossexual e não fiz nada.
Quando vieram contra as mulheres, eu não era mulher e não fiz nada.
Quando vieram contra os desdentados, eu não era desdentado e não fiz nada.
Quando vieram contra os analfabetos, eu não era analfabeto, não fiz nada.
Quando vieram contra os pobres, eu não era pobre e não fiz nada.
Quando vieram contra os cegos, eu não era cego, não fiz nada.
Quando vieram contra os aleijados, eu não era aleijado e não fiz nada.
Quando vieram contra os outros, o assunto não me dizia respeito e não fiz nada.
Quando vieram contra mim, ninguém me defendeu.
Quem não é vitima de discriminação e abuso sempre pensará que o sofrimento do outro não é grande coisa, que é exagero.
Alguns acham que discriminação nem existe, que não existe discriminação contra negros, contra mulheres, contra homossexuais, aleijados, favelados, pobres.
Assim seguimos e fazemos todos os dias, desprezamos ou diminuímos o sofrimento alheio. Não dando atenção à dor do outro nos condenamos a sofrermos em silêncio, a sofrermos sozinhos a nossa própria dor. O preconceito só existe porque o silêncio favorece os opressores. Quem, acovardado, se omite, concorda com o abuso. Quem concorda com o abuso, será abusado ouvindo o silêncio cúmplice dos outros. E tudo parece muito normal, tão normal quanto sofrido e solitário.
Aquelas frases acima poderiam ser reescritas assim?
Quando vieram contra os negros, eu não era negro e não fiz nada e, calado,
também eu era contra os negros.
Quando vieram contra os homossexuais, eu não era homossexual e não fiz nada e, calado, também eu era contra os homossexuais.
Quando vieram contra as mulheres, eu não era mulher e não fiz nada e, calado, também eu era contra as mulheres.
Quando vieram contra os desdentados, eu não era desdentado e não fiz nada e, calado, também eu era contra os desdentados.
Quando vieram contra os analfabetos, eu não era analfabeto, não fiz nada e,
calado, também eu era contra os analfabetos.
Quando vieram contra os favelados, eu não era favelado, não fiz nada e, calado, também eu era contra os favelados.
Quando vieram contra os pobres, eu não era pobre e não fiz nada e, calado,
também eu era contra os pobres.
Quando vieram contra os cegos, eu não era cego, não fiz nada e, calado, também eu era contra os cegos.
Quando vieram contra os aleijados, eu não era aleijado e não fiz nada e,
calado, também eu era contra os aleijados.
Quando vieram contra mim, ninguém me defendeu, usaram o silêncio e a
indiferença para apoiar meus inimigos.
Uma lição a ser aprendida: o que nos faz iguais é que somos, todos, diferentes uns dos outros. De onde vem o medo de ser diferente? Do silêncio? Por quê?
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